FISIOLÓGICA OU PATOLÓGICA?
A hiperlipidemia (aumento da concentração sérica de triglicerídeos, colesterol ou de ambos) pode advir de processos fisiológicos ou patológicos. Hiperlipidemia patológica pode ser uma doença primária ou um distúrbio secundário a várias doenças. A hiperlipidemia primária é causada por anomalias genéticas, enquanto a hiperlipidemia secundária acompanha outras doenças primárias nas quais a fisiopatologia inclui algum grau de interferência no metabolismo normal da lipoproteína.
A hiperlipidemia nem sempre causa lipemia, caracterizada pela turvação macroscópica e coloração branca a rósea (aspecto leitoso) do soro ou plasma. Em geral, a lipemia deve-se ao maior teor de quilomícrons ou de VLDL na corrente sanguínea.
HIPERLIPIDEMIA FISIOLÓGICA
Em pequenos animais, a causa mais comum é a hiperlipidemia pós-prandial, que ocorre 1 a 2 horas após a refeição e atinge o valor máximo em 6 a 8 horas e pode persistir até 16 horas depois da ingestão do alimento que continha gordura. A hiperlipidemia pós-prandial torna o soro lipêmico, ou seja, com aspecto branco a róseo leitoso, o que interfere na análise laboratorial de vários exames dosados na rotina. Os triglicerídeos respondem pela maior parte da hiperlipidemia, mas o colesterol também pode estar aumentado.
HIPERLIPIDEMIA PATOLÓGICA
Hiperlipidemia Primária: Acomete principalmente cães da raça Schnauzer miniatura e provavelmente advenha de uma anomalia hereditária. Geralmente os animais acometidos são de meia idade ou mais velhos. Nota-se o aumento dos teores de triglicerídeos, colesterol e quilomícrons no soro, que em casos crônicos, podem resultar em distúrbios secundários, como pancreatite e convulsões (*o mecanismo será descrito logo abaixo). Em cães da raça Pinscher e Rottweiler, há relato de hiperlipidemia primária, porém, apenas com os níveis de colesterol aumentados, e triglicerídeos normais. Há também relatos de ocorrência em gatos.
Hiperlipidemia Secundária:
A medida que o sangue com alto teor de lipídeos passa pelos capilares do pâncreas, a lipase pacreática pode hidrolisar esses lipídeos e gerar AGCL, que lesam o endotélio capilar e/ou as células acinares pancreáticas, acarretando maior liberação de enzimas pancreáticas. Essas enzimas, por sua vez, causam lesão pancreática adicional, culminando com pancreatite aguda clinicamente evidente. Esse distúrbio pode ser responsável pela associação entre ingestão de alimentos rico em gordura e início de pancreatite aguda.
A pancreatite, por sua vez, pode levar ao desenvolvimento de uma doença hepática com colestase.
Portanto, é sempre importante fazer uma investigação minuciosa em animais que apresentam soro ou plasma lipêmico. Porém, como nem sempre a hiperlipidemia causa lipemia, sempre que houver suspeita ou fechado o diagnóstico para alguma das doenças citadas acima, ou quando houver suspeita de hiperlipidemia, deve-se dosar colesterol e triglicerídeos.
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